Want create site? Find Free WordPress Themes and plugins.
Estamos num momento particularmente crítico, e interessante, da geopolítica e da economia europeias. Este ponto de vista é verdadeiro sob vários ângulos, como o dos diversos conflitos militares activos (Ucrânia, Siria, etc.), da energia, da demografia e da soberania alimentar. No entanto, o que mais me tem preocupado é a vertente económica.
Neste fim de ano de 2024, a nova comissão europeia foi indigitada, com a mesma presidente, Ursula von der Leyen, mas com novos comissários. E é daqui que vêm as minhas preocupações. Sou da opinião que a Europa não aguenta mais um mandato de cinco anos que seja caracterizado pela mesma abordagem de políticas vistas até aqui.
Como dizem os americanos, when all you have is a hammer, everything looks like a nail. Mas assumir que a mesma solução de sempre, que não resolveu problemas até aqui, será adequada aos problemas futuros parece um perfeito disparate.
Até aqui, o martelo que esteve à disposição da presidente von der Leyen foi o carbono. Ideias como taxar as emissões de carbono (na Dinamarca parece que já taxam as vacas), subsidiar carros eléctricos (mesmo sem que haja produção de energia verde nem capacidade de distribuição suficientes) e, no caso da agricultura, a redução cega do uso de fitofármacos e fertilizantes e a destruição de barragens, entre outras. Estas ideias, têm dois problemas principais:
- São desadequadas para os objectivos a que se propõem, como tentar usar um martelo para tapar uma fuga de água num cano;
- Fazem parte de uma caixa de ferramentas, utilizada por muitos outros políticos europeus, onde se encontra, para além deste martelo “carbono”, um conjunto de outros martelos. Essa caixa de ferramentas chama-se “regular e proibir”.
-
- O solo – do ponto de vista da técnica de produção, o solo é o principal factor de melhoria dos ecossistemas (sim, porque nós humanos somos parte do ecossistema). Já há muitos anos que esta ideia é conhecida, e já ouvi a antropólogos e biólogos, que foi a descoberta da melhoria dos solos, através da aplicação de estrume, que potenciou o desenvolvimento da economia agrícola europeia melhorando as produtividades através do aumento da matéria orgânica e, em seguida, a restante economia.
-
- A água – nestes cinco anos futuros, que se esperam de desenvolvimento e de melhoria da autonomia e segurança alimentares da EU, é importante dar atenção às questões da água.
-
- A simplificação e desburocratização de politicas e regulamentos – a potenciação da actividade económica através da simplificação de regulamentos e de politicas focadas no estímulo e não na proibição pode ter um impacto enorme na melhoria das taxas de crescimento do PIB, que discutimos anteriormente.
-
- A posição negocial da Europa – O uso do peso económico de (ainda) sermos o maior mercado agroalimentar do mundo tem de ser um factor-chave no nosso posicionamento internacional. Se de facto somos o mercado a que todos os países querem chegar, temos de ter os benefícios negociais que nos permitam proteger a produção europeia de concorrências desleais e de abusos no uso de denominações protegidas. Simultaneamente, temos de tomar medidas para melhorar a nossa soberania alimentar.
Miguel Vieira Lopes Área Internacional
Did you find apk for android? You can find new Free Android Games and apps.