1.Introdução
Os aspectos mais significativos e, simultaneamente, mais preocupantes da evolução da agricultura portuguesa nas últimas décadas, são a quase estagnação do seu produto agrícola bruto e a perda de competitividade sofrida, em média, pelas suas explorações agrícolas.
Desde o início deste século que tenho vindo a publicar livros1 e artigos em que as temáticas do crescimento económico, do rendimento, da competitividade e da produtividade agrícolas têm ocupado um lugar central.
Com este artigo pretendo resumir o essencial das minhas reflexões anteriores para delas retirar algumas lições em relação ao futuro da agricultura portuguesa.
Para o efeito, irei começar por analisar o crescimento do rendimento e do produto do sector agrícola português nas últimas três décadas, para de seguida abordar a evolução do rendimento e da competitividade das explorações agrícolas nacionais e da produtividade dos respectivos factores de produção para, por último, retirar algumas conclusões em relação ao futuro.
Crescimento do rendimento e do produto agrícolas em Portugal nas últimas três décadas
O rendimento do sector agrícola português, medido pelo valor acrescentado bruto a custo de factores e a preços nominais (VABcf) teve uma evolução positiva, mas pouco significativa, nas últimas três décadas, que se caracterizou por um crescimento acumulado de 37% e uma taxa de crescimento média anual de 1,1% (Figura 1).
Continuar a ler o artigo em PDF aqui.
Francisco Avillez
Professor Catedrático Emérito do ISA, UL e Coordenador Científico da AGROGES
1. Avillez F. et al, “Rendimento e competitividade agrícolas em Portugal”, Livraria Almedina, 2004
Avillez F, “A Agricultura Portuguesa: Caminhos para um crescimento sustentável”, AGROGES, 2014
Avillez F, “A Agricultura Portuguesa e a Política Agrícola Comum”, AGROGES, 2016
Avillez, F., “A Agricultura Portuguesa – Desafios para o futuro”, AGROGES, 2020
.